quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CAPÍTULO II


O ACORDO


O necromante caminhava rapidamente, tentando não ouvir o primo que resmungava logo atrás. Estava sufocando dentro da roupa escura e espessa que costumava usar, mas estava decidido a chegar logo a seu destino e encontrar o usurpador de sua herança. Passara os últimos dois anos, depois de deixar o Círculo Negro, planejando isso e apesar de alguns percalços, a jornada seguia sem contratempos.
Atravessaram uma pequena vila de agricultores rodeada por grandes propriedades rurais. O lugar parecia tranquilo e a maioria dos habitantes encaravam os viajantes sem constrangimento. Ao sul do vilarejo, adornando o alto da colina, ficava uma velha igreja de pedras brancas e, atrás dela, podia se ver silhuetas de lápides e cruzes, indicando um cemitério. Alguns fiéis transitavam por entre os mortos, carregando flores e velas, enquanto outros limpavam as lapides e faziam orações, acompanhados por um pároco.

Conforme caminhavam, a presença humana se tornava cada vez mais escassa, e o calor e o abafamento eram quase insuportáveis. Quando o último resquício de civilização, na figura de um boteco de beira de estrada, ficou para trás, minou o pouco do ânimo que ainda tinham.
– Não aguento mais andar – insistiu o primo, um rapaz louro e de roupa verde extravagante – Vamos parar naquele boteco e refrescar a garganta.
– Ah claro, vamos parar em um bar e encher a cara. – respondeu o necromante sarcasticamente – Mas como você pretende pagar a conta depois? Esqueceu que gastou todo nosso dinheiro no bordel? – e completou entre dentes – Maldita hora que confie meu dinheiro a um bardo.
– Eu não sou um bardo. – disse o primo constrangido – Sou um ranger, um mago da natureza, apenas gosto de cantar oras. E eu não gastei todo o dinheiro no bordel. As mulheres aproveitaram que eu estava bêbado e me roubaram. – justificou-se.
– Grande diferença. – cuspiu o primo irritado – Sua falta de responsabilidade sempre põe tudo a perder. Por sua causa estamos caminhando sob esse sol escaldante quando poderíamos alugar um carro, se tivéssemos dinheiro.
O ranger ainda resmungou alguma coisa, mas o necromante fez que não ouviu e apressou o passo até chegaram até um árvore frondosa que margeava a estrada, quando pararam para descansar.
Uns poucos transeuntes passaram pelo lugar e olhavam com curiosidade para os dois, que formavam uma dupla incompatível. O necromante era alto e magro, apesar de ter os músculos definidos. Seus cabelos eram negros e brilhantes e estavam sempre bem penteados. Sua pele, branca e lívida, se destacava sob a roupa preta e, abaixo das pálpebras, grandes olheiras combinavam com os olhos sombrios. Era um belo rapaz apesar da aparência tétrica e sempre chamava a atenção das garotas por onde passava. Por outro lado, o primo era loiro e rechonchudo. Tinha grandes olhos verdes e as bochechas eram rosadas e proeminentes. Sempre deixava crescer uma barbicha no queixo e seu cabelo desalinhado vivia a cair sobre a vista.
Apesar da estranheza da situação o garoto loiro estava bem à vontade. Sentou-se na relva que cobria a margem da estrada e retirou um bandolim da mochila que trazia nas costas. Afinou as cordas, ajeitou-se no assento improvisado e iniciou uma cantiga.

De encontro ao destino, na viela da morte;
Buscando um caminho e apostando na sorte;
Perdidos no campo, cheirando à capim;
Somos dois caminhantes, na estrada sem fim;
Dois caminhantes, na estrada sem fim.

Opróbrio injusto, ruína do forte;
O imã da vida, não aponta pro norte;
Laços de sangue, sociedade ruim;
Somos dois caminhantes na estrada sem fim;
Dois caminhantes, na estrada sem fim.

A despeito do constante mau humor o necromante teve que rir da cantiga entoada. No fundo sabia que não era uma companhia agradável e que o primo, apesar de tudo, só estava nessa jornada por ele.
– Certo peregrino cantante, vamos continuar, caso contrário não chegaremos a lugar algum – disse o necromante tentando parecer gentil.
O rapaz guardou o bandolim na mochila e levantou-se escorando na árvore. Ainda estava com sede e o tempo que ficou parado serviu apenas para minar sua disposição. Recomeçou a caminhada tentando acompanhar o primo que seguia ligeiramente à sua frente.
– Porque não esperamos anoitecer para recomeçarmos a caminhar. O sol está tinindo e não temos ideia do quanto ainda temos pela frente.
– Porque temos urgência em nossa demanda e já estamos atrasados. – respondeu Thomas – Quanto ao sol, você não disse que domina as canções de nível III? Faça algo a respeito do tempo, ou estava apenas contando vantagem?
– As canções de nível III consomem muita energia. Acho que prefiro andar no sol quente a tentá-las.
– Há! O mago é o senhor de sua magia e não o contrário. Se não tem capacidade para executá-las, abdique de seu dom. – respondeu o necromante zombeteiro.
O primo ainda resmungou alguma coisa tentando se justificar, mas sua atenção foi atraída para uma jovem de longos cabelos prateados e encaracolados. A moça usava um vestido branco e rodado, com detalhes em rosa no decorrer do comprimento e um decote provocante na parte de cima. Sapatilhas brancas com laços vermelhos e meias rosadas com estampa de flores completavam o conjunto da adolescente que tinha olhos grandes e rosto pálido.
Segurando uma sombrinha rendada em uma das mãos e uma sacola de verduras na outra, a moça passou pelos dois olhando-os com singela curiosidade.
– Com licença linda senhorita – disse o ranger galantemente – meu nome é Wesley Green e esse é meu primo Thomas Black. Estamos meio perdidos e discutíamos sobre o caminho para a cidade quando sua bela presença roubou nossa atenção. A despeito de sua culpa, poderia nos informar se estamos indo na direção correta e quanto ainda falta para chegarmos?
Aproximou-se e pegou as mãos da donzela segurando-as entre as suas. A moça corou e abaixou a cabeça timidamente fazendo as longas mechas de sua franja caírem sobre seu rosto e esconderem seus olhos acinzentados. Abriu os lábios na tentativa de responder, mas não conseguiu pronunciar palavra alguma. O rapaz levantou seu rosto segurando seu queixo e a encorajou com um sorriso.
– Por favor, senhorita. Nosso destino está em suas mãos adoráveis.
– D-desculpe senhor – disse a moça entre gaguejos – mas não estou acostumada a tanta cortesia. A estrada é essa mesma e vocês estão à aproximadamente seis horas de caminhada da cidade. Podem seguir em frente que à noite já devem avistar as luzes.
– Muito obrigado! – disse o ranger gentilmente – Mas uma moça linda como você deveria ser tratada sempre com toda cortesia. Não quer nos acompanhar por um tempo? Assim poderemos nos conhecer melhor.
A moça assentiu com a cabeça e o rapaz pegou em seu braço e seguiram conversando. O necromante seguia atrás discordando da audácia do primo e praguejando contra o sol.
– Maldito calor, mais uma hora nesse sol e vamos torrar.
– É verdade. – disse a jovem – Eu que estou acostumada também estou sentindo mais forte hoje, mas logo à frente tem um riacho onde podemos nos refrescar se estiverem interessados.
– Isso! – disse Wesley pulando de alegria – Tomar um banho é tudo que eu gostaria agora. O que acha primo?
– Bem, em virtude das circunstâncias acho que uma pequena parada para nos refrescarmos não seria de todo ruim, mas não podemos nos demorar.
– Ótimo! – disse a jovem – Logo após aquela curva saímos da estrada e descemos o vale que logo chegaremos, não é um rio muito grande, mas a água é muito fresca, vamos apressar o passo que assim poderemos aproveitar melhor o tempo.
Os dois rapazes concordaram com a cabeça e seguiram mais rapidamente. O ranger prosseguia conversando com a moça e o necromante ia atrás em silêncio. Não gostava de atrasos, mas a ideia de um banho nas condições em que se encontrava, tornaram o convite irrecusável.
Chegaram à curva e saíram da estrada entrando em meio ao capim alto que a margeava. Uma lebre cinzenta saltou de uma moita e correu para a estrada fugindo à presença dos invasores enquanto algumas codornas fizeram o caminho inverso, assustadas com o semblante dos novos visitantes. Wesley ficou um pouco para trás e praticamente desapareceu dentre o capinzal verde que os envolvia e apenas os praguejos exasperados que aleatoriamente soltava serviam para localizá-lo.
– Meu Deus! Esse capim parece navalha. Meus braços estão todos retalhados.
O necromante parecia não se importar com os lamentos do primo. Seguia na frente disposto a sair logo daquela situação, mas o capim fechado tornava o ambiente abafado e aumentava a sensação térmica de calor sufocando-os ainda mais. Apenas a moça se comoveu com a queixa do rapaz e voltou para ajudar e acompanhá-lo mais de perto.
 – Mantenha os braços dentro da camiseta – respondeu a moça tentando ajudar– e tente manter a cabeça abaixada assim vai evitar que as folhas toquem seus olhos.
O ranger acatou o conselho da donzela e livre dos arranhões acelerou o passo tentando alcançar o necromante que seguia logo à frente.
Seguiram por mais uns quarenta metros e chegaram. O riacho era estreito, com uns dez metros de largura, e corria por entre rochas cobertas de musgo e pequenos arbustos. A água morna parecia pura e cristalina, com exceção da margem oposta, onde a fundura tornava-a escura e fria. Pequenas flores cresciam por entre os sulcos das rochas ao lado de grandes pedras que adornavam a paisagem e grama rasteira forrava as margens de um lado e de outro. Árvores frondosas, que cresciam ao redor, tornavam o ambiente agradável e o barulho da água correndo convidava os viajantes para um mergulho.
A moça começou a tirar a roupa e ficou apenas de calcinha e sutiã – um conjunto branco que, ao molhar, tornou-se parcialmente transparente –, revelando o corpo perfeito, e entrou na água. Algumas garças que passeavam ao longo do riacho alçaram voo e deram rasantes sobre a cabeça da jovem como se estivessem enciumadas pela beleza da adolescente. Wesley as enxotou e se juntou a moça trajando apenas um calção listrado de verde e branco e uma fita nos cabelos, supostamente para mantê-los longe dos olhos. Aproximou-se devagar, caminhando com dificuldade na correnteza e pegou os cabelos prateados da jovem, que agora estavam mais escuros em virtude da umidade, e os acariciou. A moça encolheu-se de tesura e tentou se afastar, jogando o corpo esbelto levemente para frente. Instantaneamente o ranger segurou em seus ombros e virou-a para que ficassem frente a frente e sorriu ao perguntar fingindo curiosidade.
– Como é mesmo seu nome? – disse soltando a moça para que a mesma pudesse respirar – Não me lembro de você tê-lo mencionado.
Thomas que até aquele momento só observava, tirou as roupas escuras que usava, ficando apenas de cueca, e sem muita cerimônia, saltou de sobre uma rocha para o meio do córrego, respingando água para todos os lados. Emergiu logo à frente, próximo a barranca do riacho onde a água era mais escura e fria.
– Mariah. – respondeu a moça limpando o rosto do aguaceiro provocado pelo mergulho do necromante – Mariah White. Moro a uma pequena distância daqui, em uma propriedade agrícola pertencente ao meu pai. Saí para comprar alguns condimentos para minha madrasta na vila logo atrás e voltando encontrei vocês.
– É o destino. – disse Wesley com um sorriso no rosto – Estava predestinada a encontrar-me.
A moça corou e abriu um sorriu tímido, enquanto o necromante que assistia a tudo sem demonstrar emoção, teve sua atenção atraída para alguns animais que se arrastavam à beira do riacho. Em pouco tempo ajuntou alguns gravetos e acendeu uma fogueira com a madeira e palha seca. Voltou para a margem e capturou os anfíbios que se aqueciam ao sol e guardou-os num vasilhame, pegou água no riacho com uma chaleira velha e limpou os animais, livrando-se das vísceras. Colocou mais lenha na fogueira e voltou para o rio, subindo na margem oposta e adentrando na mata fechada. Wesley e Mariah apenas observavam, se divertindo com a destreza com que o necromante fazia as coisas. Thomas voltou pouco depois com algumas plantinhas a tiracolo, lançando-as em seguida no caldeirão que havia pendurado sobre a fogueira. Adicionou os animais que capturou e com os talheres que trazia na mochila, preparou um ensopado com as ervas e temperos que encontrou. O cheiro de carne cozida logo inundou o ambiente e atraiu a atenção dos amigos que olhavam sem disfarçar a curiosidade. A espera teve fim poucos minutos depois quando Thomas retirou a tampa do caldeirão e chamou os demais para comer.
– Hum! Muito bom – disse Mariah saboreando o ensopado – O que você usou para temperar? Coentro?
– Urina. – respondeu Thomas sem olhar para a garota – Urina de sapo.
A donzela cuspiu a comida sobre o ranger que estava à sua frente e saiu correndo para lavar a boca no riacho. O necromante ria enquanto Wesley tentava se limpar amaldiçoando o primo pela brincadeira.
Passaram alguns minutos de descontração apesar do necromante não participar da conversa. A moça era extrovertida e o ranger não perdia uma oportunidade de fazê-la rir. Contava piadas e histórias reais ou inventadas e arrancava sorrisos e aplausos da donzela. No final prometeu compor uma cantiga em sua homenagem e ganhou um abraço e um beijo no rosto.
Thomas foi o primeiro a levantar e propor a retomado da missão. Os demais levantaram a contragosto. Mariah insistiu para que demorassem mais um pouco, mas o necromante não quis. Haviam perdido quase uma hora ali, entre mergulhos e conversas e não podiam se demorar mais, apesar do ambiente convidativo. Fora da copa da árvore o sol ainda estava quente e a moça penou para vestir a roupa.
– Ah! Se pudesse ia só de calcinha e sutiã. Vou cozinhar neste vestido quente. – disse enquanto se vestia – Bem que o sol podia se esconder um pouco.
Wesley olhou para o primo que respondeu com um olhar de desafio. O ranger recolheu uns troncos ressecados e folhagem rasteira e voltou para a água, improvisando uma pequena barragem com galhos e folhas, represando a água e aumentando o volume. Respirou fundo e se posicionou no meio da pequena represa afundando os braços na água e desenhando um pentagrama. Uma luz verde brilhante seguia seu braço e produzia um espetáculo fascinante, e, no final, desenhou um círculo em volta. Repetiu o processo dessa vez com as mãos para o alto e mais três pentagramas decrescentes se formaram no céu acima da represa, formando um túnel de luz entre a água e o céu límpido. A moça acompanhava tudo perplexa e o necromante olhava para os círculos com estranha curiosidade.
O rapaz fechou os olhos se concentrando, respirou fundo e sussurrou lentamente.

XLVIII CANÇÃO DO LIVRO VERDE

Abriu os olhos verdes e brilhantes e fixou o olhar na represa de água. Os círculos brilharam ansiosos e o ranger iniciou o canto.

Neblinas do oeste, ventos do sul;
Águas reclusas, celeste azul;
Nimbo sombria, litígio cumprido;
Calor e alvura, por hora, sumidos.

Palavras de ordem, ao longe se escuta;
Favor merecido, uma justa permuta;
Circo brilhante, anseio descrito;
Mudanças no clima. Eu solicito.

As estrelas brilharam mais intensamente e o túnel de pentagramas sugou a água represada. Os círculos se expandiram horizontalmente e inundaram o céu com uma cor verde brilhante, formando grandes nuvens no horizonte que aos poucos encobriram o sol. Um vento frio começou a soprar e levantou as folhas secas que repousavam sob as árvores, fazendo a temperatura cair e o clima ficar fresco como uma manhã de outono. Os círculos brilhantes desapareceram no ar e o mago verde caiu desfalecido sobre a terra seca.
Pronto! – disse Thomas irritado – Agora vou ter que carregar esse gordo nas costas. Era preferível andar no Sol quente.
A moça protestou dizendo que o esforço de Wesley foi para lhes proporcionar um clima favorável para a caminhada e que ele deveria estar agradecido, mas Thomas se fez de desentendido. Mesmo assim pegou Wesley pelas pernas e o jogou de mau jeito sobre os ombros e seguiu o caminho, atravessando novamente o capinzal alto e afiado. Os braços e o rosto do ranger estavam sendo retalhados pelo capim, mas o necromante parecia não se importar e seguiu em silêncio até chegar novamente a estrada.
O vento soprava mais forte em campo aberto e a jovem sentiu frio. Abraçou os ombros para se aquecer e correu para alcançar o necromante que seguia logo à frente, bombardeando-o com toda sorte de perguntas.
– Como ele fez aquilo? Vocês são magos? Por Deus! Nunca imaginei encontrar um mago verde por aqui. Você também é um ranger? Um mago da natureza?
– Não! Sou um necromante – respondeu Thomas sem olhar para a moça – e sim, somos magos. Agora dá para você calar essa boca, não ajuda muito falar enquanto carrego esse peso nas costas.
– Certo! Mas vocês precisam me ajudar – disse a Mariah se recompondo – estou com problemas e preciso do auxílio de bons magos como vocês. Vamos até minha casa que eu explico o caso no caminho.
– Pode ir parando por ai mocinha – disse o necromante irritado – não tenho intenção nenhuma de te ajudar e já perdi tempo demais. E não se deixe enganar pela aparência patética de meu primo, não estamos nessa empreitada para boas ações.
– Mas eu posso pagar – respondeu ela pegando no braço do necromante e encarando-o com olhos esperançosos – tenho um bom dinheiro guardado e me disporia dele com prazer para sanar meu problema.
O necromante parou por um instante. Não gostava da ideia de mais um atraso, mas a situação financeira em que se encontravam era desesperadora. Se a moça fosse mesmo filha de um fazendeiro deveria ter uma boa quantia guardada e poderia pagar um bom preço pelo serviço, no mais, precisava encontrar um lugar para hospedar o primo até o mesmo se restabelecer e não estava em condições de pagar uma pousada.
– Bem se for assim acho que posso ouvir o tens a me dizer, desde que a situação não exija muito tempo – respondeu Thomas tentando esboçar um sorriso.
– Tenho certeza que magos poderosos como vocês resolverão a situação em pouco tempo. – disse a garota com um brilho nos olhos – E então, temos um acordo?
O mago negro assentiu a cabeça e seguiu a jovem, que saltitava a sua frente na esperança de fazê-lo acelerar o passo apesar de o necromante manter o ritmo. Andaram mais alguns quilômetros e Thomas já estava pensando em parar para descansar um pouco quando avistou uma grande porteira branca, cercada por uma muralha de pedra que se estendia da estrada até os confins da propriedade. Mariah parou a poucos metros da porteira e virou-se para ele.
– Chegamos... então preciso saber! – disse encarando o necromante – Quanto vocês cobrariam para matar a minha madrasta?


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